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Energia solar por assinatura deixa faturas mais baratas
Por Redação em 15 de novembro de 2023
O fornecimento de energia solar por assinatura está sendo oferecido por cada vez mais empresas no estado e caindo no gosto dos consumidores goianos que buscam alguma economia no valor de suas faturas. A vantagem do sistema é a possibilidade de usufruir dos benefícios da geração de energia limpa e renovável, sem a necessidade fazer investimentos em infraestrutura, como painéis fotovoltaicos. A economia líquida no valor das fatura de energia elétrica é estimada em, pelo menos, 10%.
Em 2019, havia menos de 500 usinas usadas para prestar esse tipo de serviço no País. Hoje, esse número chega a 7 mil, com o atendimento de cerca de 350 mil consumidores, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Abesolar). O crescimento foi acelerado depois que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a regulamentação da Lei 14.300/2022, que instituiu o Marco Legal da Micro e Minigeração de Energia, conhecido como o marco legal da geração distribuída.
Essas usinas estão conectadas às distribuidoras tradicionais, como a Equatorial. Por meio de um contrato, o consumidor faz a adesão virtual a uma das empresas que fornecem a energia solar e “aluga” um porcentual da produção, que é pago mensalmente. Ontem, a FIT Energia, controlada pela Hy Brazil, empresa do Grupo Mauá, anunciou sua entrada neste mercado, atendendo pessoas físicas, pequenas e médias empresas, que podem ter uma economia entre 10% e 12% em suas contas.
Bruno Menezes, CEO da FIT Energia, explica que a empresa é um marketplace que conecta as usinas geradoras e os consumidores de energia pessoas físicas e jurídicas que querem usufruir desta geração. O sistema, que atende quem tem contas da Equatorial com valor a partir de R$ 300, funciona como se a pessoa arrendasse parte da fazenda de geração de energia de um terceiro, que fez os investimentos necessários. “Quem paga cerca de R$ 2 mil mensais, pode economizar entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mil por ano em custos e sem obras”, destaca Menezes.
Atualmente, cerca de 16 mil unidades consumidoras no País, entre residenciais e pequenas e médias empresas, já estão conectadas à FIT. Rômulo Reis Bechlufft, diretor comercial da FIT, informa que a empresa já conta com 6 usinas operando em Goiás, mas já existem 30 contratadas, algumas da Hy Brazil e outras de investidores terceiros, que começam a operar até o final deste ano ou em 2024. Elas somam 40 megawatts de energia e poderão atender 20 mil consumidores de Goiás até o fim deste ano. Mas a FIT continua em busca de novos parceiros, cujas usinas precisam estar instaladas no estado.
A energia será gerada por usinas solares instaladas em cidades como Quirinópolis, Vianópolis e Anápolis. A distribuição da energia continua à cargo da Equatorial. Vale lembrar que o marco regulatório estabelece um limite de 5 megawatts de potência instalada por usina para pleitear a conexão com a geração distribuída.
O Grupo BC Energia já atua há nove anos no Mercado Livre de Energia atendendo clientes de alta tensão e a há quatro anos com assinatura de energia, que atende consumidores com contas a partir de R$ 300 mensais nos estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e no Distrito Federal, mas deve iniciar expansão para outras unidades da federação. O fundador e presidente da BC Energia, Alessandro Cunha, lembra que o consumidor que não pode ou não quer investir na geração pode comprar energia direto do comercializador ou gerador de energia.
“No mercado cativo, o consumidor só tinha opção de gerar energia em casa. No modelo por assinatura, ele faz um plano para receber a energia direto de nossas fazendas de geração”, explica. Com potência já instalada atual de 30 megawatts, a BC Energia possui outros 20 megawatts em construção e mais 60 que serão iniciados, totalizando 110 megawatts de potência até o fim de 2024. “Nos últimos quatro anos, dobramos a potência a cada ano”, conta.
Alessandro Cunha informa que, quando todas as usinas estiverem prontas, a estimativa é baixar o valor mínimo exigido para as faturas, ampliando o número de unidades consumidoras que poderão ser atendidas. Segundo ele, o desconto no valor das contas chega aos 18%. Para os consumidores do mercado livre, o valor pode cair até 35%. A empresa atende mais de 3 mil consumidores. “É o futuro da energia no País. A tendência é que o mercado livre também seja aberto aos demais consumidores de baixa tensão”, prevê.
O Grupo BC Energia conta com 300 usinas geradoras cadastradas e mais de 80 megawatts de geração limpa própria. De acordo com a empresa, já são mais de R$ 200 milhões gerados de economia aos clientes e mais de 140 gigawatts médio comercializados no Mercado Livre de Energia.
Bruno Menezes, CEO da Fit Energia: marketplace conecta as usinas geradoras de energia solar e os consumidores pessoas físicas e jurídicas (Luiz Fernando Zutto)